Prática baseada em evidência em fisioterapia respiratória.

Salve moçada, eu sou Renata Teodoro, Profa. Da Fisiointensiva e vou falar um “cadiquinho” sobre a prática baseada em evidência em fisioterapia respiratória.   

A fisioterapia hospitalar é fascinante! e a base principal dessa atuação, é a fisioterapia respiratória. Quando eu estava na faculdade, sonhava com o dia em que eu seria anunciada no alto falante do hospital para ir atender uma PCR. Aí, eu sairia correndo com o meu jaleco aberto esvoaçante como se fosse uma capa de heroína, meus cabelos ao vento movimentando-se lindamente (igual na capa da revista), eu chegaria ao local sem uma gota de suor e começaria as compressões torácicas ou a respiração com ressuscitador manual (AMBU), com muita graça e elegância! Um dia minha família foi ao hospital que eu trabalhava e eu combinei com a moça do som para ela me anunciar. Quando ela anunciou: “Dra. Renata Teodoro compareça ao PS com urgência”, eu saí correndo desse jeitinho aí acima. Quando voltei, expliquei que um paciente com insuficiência cardíaca tinha desenvolvido um edema agudo de pulmão, por aumento da pressão hidrostática, causado pela disfunção ventricular esquerda, que levou a congestão e extravasamento de plasma ao interstício e aos alvéolos, diminuindo assim, as trocas gasosas por difusão por aumento da espessura  da barreira alvéolo-capilar e inativação do surfactante, com consequente hipóxia e insuficiência respiratória (era verdade, mas o paciente já estava em VNI e estável, fui lá dei uma olhadinha e voltei Hi! Hi! Hi!). Mesmo sem entender uma virgula, minha mãe quase infartou de orgulho!

Mas, o que nós ouvimos mesmo no hospital é: “Ooooohhhhhhh fisio o paciente tá secretivo, vem aspiraaaaaarrrrr”. Você pensa: mas qual é o meu papel de verdade aqui?  Aí, você lê que as manobras de higiene brônquica e que os incentivadores inspiratórios tão bem explicados pela sua professora linda, muito legal e modesta (todas profas. de fisio respiratória são assim!!!) no 6º semestre da faculdade no ano 100 antes de cristo, não tem comprovação científica. E agora? O que fazer?

A fisioterapia respiratória, atua nas alterações funcionais desencadeadas por muitas patologias. O que isso quer dizer: a fisioterapia por exemplo, não trata pneumonia, quem trata é o antibiótico, mas deve atuar na redução do desconforto respiratório e dispneia, melhorar a mecânica respiratória, a força muscular respiratória nos casos de fraqueza desta musculatura, melhorar o condicionamento cardiorrespiratório, promover higiene brônquica quando houver indicações e preparar o paciente para prosseguir na reabilitação ambulatorial quando necessário (Tudo isso num plantão de 6 horas, ufaaaa).  Não há evidências, no entanto, que os exercícios respiratórios melhorem a função pulmonar, embora clinicamente reduzam os sintomas. O TMR diminui a dispneia, aumenta a força muscular inspiratória e melhora a capacidade de exercício. O treinamento físico, que é o principal componente da fisioterapia, leva à melhora dos sintomas respiratórios principalmente nas doenças crônicas, incrementa a capacidade funcional e melhora a qualidade de vida. Quanto as técnicas manuais de higiene brônquica, não tem jeito mocidade! Não há evidências científicas que suportem sua realização. Nesse contexto, vamos ter “uns dedinhos de prosa” sobre as evidências científicas das intervenções fisioterapêuticas e o que nós observamos na prática.  Reflitam aí: Ausência de evidência é ou não evidência de ausência.

Grande beijo com cabelos e jaleco esvoaçantes ao vento!!!!!

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